




Mato Grosso registra 1.900 notificações de casos de dengue desde outubro
ESTELITA HASS CARAZZAI
da Agência Folha
Antes mesmo do começo de campanhas nacionais de prevenção à dengue, Mato Grosso já registra um volume atípico de registros da doença, com uma quantidade elevada de casos graves. A situação não se repete no resto do país, que ainda não teve aumento no número de infectados. Isso é esperado apenas a partir de dezembro, com o início das chuvas.
Desde outubro, época em que as ocorrências costumam ser quase nulas, já houve cerca de 1.900 notificações de dengue no Estado --quase quatro vezes mais em relação ao mesmo período do ano passado. Já houve 42 mortes no Estado em 2009.
A maioria dos casos, diz o coordenador da Vigilância em Saúde de Mato Grosso, Oberdan Lira, é da dengue tipo 2, um sorotipo que não costuma circular no Estado. É o mesmo que causou a epidemia da doença no Rio de Janeiro em 2008.
"Ele costuma ser mais grave porque uma grande parte da população, especialmente os mais jovens, não tem memória imunológica contra ele", diz.
O número de casos graves de dengue no Mato Grosso, com sintomas como hemorragias e inflamações, passou de 17 em 2008 para 1.167 em 2009. A maior parte deles foi registrada em abril, durante um surto.
Para Lira, as constantes chuvas desde agosto e o descuido na prevenção e no descarte do lixo pela população são os motivos para a escalada da dengue.
Para combater a epidemia, o governo de Mato Grosso tem aplicado "fumacê" (pulverização de veneno contra o mosquito) nas cidades mais atingidas.
Nesta terça, o ministro José Gomes Temporão (Saúde) esteve em Cuiabá para anunciar ações de combate à dengue. Segundo ele, Mato Grosso está na lista de Estados "prioritários", da qual também fazem parte AC, AP, BA, ES e MS.
Questionado sobre as causas do aumento, Temporão disse que "diversos fatores" podem contribuir. "Podem ser as mudanças climáticas, o novo sorotipo da doença e mesmo adaptações do próprio mosquito."
Colaborou a Agência Folha, em Cuiabá
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