terça-feira, 17 de novembro de 2009

Dengue que fazer?









Temporão em MS
18.Nov.2009 | O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, lançou na tarde de ontem, em Mato Grosso do Sul, a campanha Brasil Unido contra a Dengue, uma verdadeira cruzada de combate ao mosquitoAedes aegypti. Acompanhado pelo governador André Puccinelli, pela secretária de Estado de Saúde, Beatriz Dobashi e pelo prefeito de Campo Grande, Nelson Trad Filho, o ministro anunciou as medidas que o governo federal pretende adotar para impedir que Estados como o Mato Grosso do Sul voltem a ser atingidos pela epidemia da doença que todos os anos superlota os postos de saúde, os hospitais públicos e particulares, gerando bilhões de gastos em tratamento médico e, infelizmente, provocando centenas de mortes em todo o Brasil. A presença de Temporão no Estado foi estratégica, tanto que, antes da solenidade de lançamento da campanha, o ministro se encontrou com comunicadores e formadores de opinião para despertar nos agentes a importância de se produzir materiais informativos de prevenção e controle da dengue.
Em meio ao discurso decorado do ministro José Gomes Temporão, uma frase chamou a atenção: nenhuma campanha surtirá efeito contra a doença se não houver envolvimento direto de toda população com o combate ao mosquito transmissor da dengue. Temporão deixou claro que a mobilização é a única forma de impedir que a epidemia registrada nos anos anteriores se repita nos primeiros meses de 2010 em Mato Grosso do Sul. As pessoas devem atacar todo e qualquer ponto de água parada que possa servir de criadouro para o mosquito
Aedes aegypti. A sociedade não pode fugir da obrigação de perseguir o mosquito e se cada família fizer a parte que lhe compete, a epidemia poderá ser evitada. Ao mesmo tempo, as autoridades precisam falar abertamente com a população, deixando claro os reais riscos da doença e intensificando a fiscalização em imóveis desocupados, terrenos baldios, ferros-velhos e lixões clandestinos espalhados por todo o Estado. Os proprietários de imóveis, inclusive aqueles que mantêm terrenos baldios, devem ser responsabilizados por eventuais focos de dengue encontrados em suas propriedades.
O alerta se justifica pelos números: as notificações de casos de dengue em todo o País subiram para 406.883 até agosto, contra 387.158 ocorrências registradas até julho. Apesar do aumento real, houve queda de 46,3% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram confirmados exatos 758.051 casos de dengue em todo o Brasil. Neste ano, cinco estados apresentaram um aumento significativo de ocorrências, com o Acre liderando, percentualmente, as estatísticas: de janeiro a agosto de 2008 foram 2.141, volume que saltou para 18.106 no mesmo período de 2009. A Bahia apurou 33.541 registros até agosto do ano passado e no mesmo período deste ano foram 101.676 casos confirmados. No Espírito Santo, os registros saltaram de 33.403 para 50.482 e no vizinho Mato Grosso, os casos confirmados da doença pularam de 10.504 para 35.501. Mato Grosso do Sul não ficou fora do mapa de risco do Ministério da Saúde, já que as ocorrências saíram de 4.065 até agosto de 2008 para 12.441 no mesmo período de 2009, ou seja, é quase uma epidemia.
A ameaça do retorno da dengue é patente e para impedir o avanço da doença, os governos municipais, estadual e o federal devem preparar melhor os agentes de saúde e definir com maior precisão as áreas prioritárias para ação. O governo do Estado já se preparou para a guerra: comprou 2,77 milhões de unidades do analgésico e antitérmico paracetamol, em gotas e comprimidos; dois milhões de frascos de soro fisiológico injetável; 562,7 mil envelopes de sais de reidratação oral; 250 mil litros de inseticidas e 3,5 toneladas de larvicidas, além de kits suficientes para fazer 170 mil exames diagnósticos. No cenário nacional, o Ministério da Saúde promete universalizar os protocolos de conduta entregues aos profissionais de saúde, proporcionando acesso imediato ao documento para 300 mil médicos e 292 mil enfermeiros em todo o Brasil, além da adoção da notificação online de casos confirmados e das mortes provocadas pela dengue, fatores que serão fundamentais para a rapidez das ações de combate à doença. Fica fácil perceber que a operação é de guerra e que cada brasileiro é soldado nessa campanha.

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