quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Dengue & Vacina.







Fiocruz: esforços coordenados podem acelerar avanços no combate à dengue; Durante discurso de abertura do Primeiro Encontro Regional Pan-Americano da Rede de Pesquisa em Dengue, em Recife. O Dr. Ernesto Marques, do Departamento de Virologia e Terapia Experimental da Fiocruz Pernambuco, afirmou que a coordenação de esforços acelerará o desenvolvimento da pesquisa no combate à doença. "A dengue é um problema global que acomete pelo menos a metade da população mundial. O mosquito circula nos aviões a jato, nos navios de carga e nas pessoas que se movimentam. Não será um indivíduo, um país ou uma instituição que vai resolver o problema. A participação de muitos pesquisadores será necessária para combater a doença", disse Marques. Uma das principais vantagens na coordenação de pesquisas é evitar a duplicidade de esforços por parte de cientistas e pesquisadores de diferentes instituições. 

Schatzmayr: conscientização de crianças é fundamental no combate à dengue. Em conversa com jornalistas durante o I Encontro Regional Pan-Americano da Rede de Pesquisa em Dengue, em Recife, o pesquisador titular e também ex-presidente da Fiocruz Hermann Schatzmayr, defende a massificação das campanhas de combate à dengue junto às crianças em sala de aula. "É primordial mostrar vídeos sobre o inseto, trabalhar o assunto nas escolas, para que elas possam levar a informação para casa. Exibir o mosquito por dez segundos na televisão não surte efeito'', disse. As experiências de regiões como o Sudeste Asiático e a América Latina podem ajudar no combate à doença, apesar do menor tamanho de outros países destas regiões também afetadas pelo mosquito. "São países muito pequenos e realidades diferentes. Em Cuba, por exemplo, é do tamanho de Niterói. Lá e em Cingapura, as autoridades chegam a multar pessoas que deixam o foco do Aedes aegypti se proliferar. “São leis duras”, disse o pesquisador. VACINA: Na opinião de Schatzmayr, o desenvolvimento de uma vacina contra os quatro sorotipos da dengue está a caminho, mas é preciso cautela e evitar comemorações antecipadas. "O desenvolvimento de uma vacina em escala comercial não é para agora. É preciso um trabalho de convencimento da população. Vacina é coisa séria e quando ela for uma realidade, os Estados precisarão fazer uma campanha junto ao público. Em casos raros, vacinas podem trazer complicações ao paciente, de maneira que isto deve estar claro para a população, de maneira que não tenhamos ruídos de comunicação. “Dengue é problema sério e não podemos entrar em correria”, afirmou Schatzmayr. Questionado quais são os principais desafios que os pesquisadores da dengue no Brasil enfrentam, Schatzmayr citou o diagnóstico rápido da doença, controle do vetor e produção de vacina para imunizar a população. Segundo ele, o número de casos de dengue no país é aceitável devido ao caráter mundial da doença, mas o índice de letalidade (números de pacientes fatais por número de casos notificados) precisa ser diminuído. "'O índice de mortalidade em decorrência da dengue deveria ser de 0,5% a 1%. Mas já registramos 10%, isso é um grande absurdo". Neste sentido, Schatzmayr acredita numa mobilização mais eficaz por parte dos governos no combate à doença em 2009, já que a sistemática de implantação de tendas de atendimento e de remanejamento de médicos já foi desenvolvida em 2008. O aumento da dengue junto às crianças é um dos maiores motivos de preocupação, segundo ele. O diagnóstico rápido da doença no público infantil é o grande desafio que a doença impõe aos pediatras. "O aparecimento de viroses deve ser muito bem estudado pelos pediatras, porque a dengue está ganhando força junto às crianças", destacou Schatzmayr, acrescentando que crianças, ao contrário de adultos, ainda não têm os anticorpos da doença por não terem sido infectadas. Segundo o pesquisador, o Brasil investe US$ 500 milhões anuais no combate à dengue. 




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